Quando tu chegaste, era um fim de noite…
O teu triste choro tinha o lamento
De uma flor que sente o primeiro açoite
Da primeira brisa, do primeiro vento…
Quando tu chegaste, cheia de carência
De um sincero afeto, de um amor amigo,
Percebi teus olhos, cheios de inocência,
Implorando afagos, implorando abrigo…
Quando tu chegaste, a pedir guarida,
Partilhei meu pão pra matar tua fome,
Eu desfiz teu pranto, tua dor contida,
Eu te dei um berço, eu te dei um nome…
Quando tu chegaste, frágil, sem defesa,
Entre as névoas finas dessa fria manhã,
Ao notar teus gestos, cheios de incerteza,
Me esqueci de mim, para ser teu fã…
Desde que chegaste, juro, ó minha santa,
Nesse fim de noite, que tão longe vai,
Nada neste mundo, tanto me encanta,
Quanto ouvir-te agora me chamar de pai!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor