Adeus, Paineira, aceite a minha despedida:
Estou partindo a uma terra bem distante,
Você é tudo o que eu tenho em minha vida,
Não me envergonho de chorar neste instante!
Eu vou tentar a minha sorte em outro chão
E sinto tanto em deixá-la, ó companheira,
Mas faço a Deus este pedido, esta oração:
Quero morrer junto a você, minha paineira!
Além de tudo, vai ficar num dos seus galhos,
Uma casinha do pedreiro da floresta,
Que, à tardinha quando volto do trabalho,
De lá do alto me recebe com seresta!
Adeus, Paineira, está na hora da partida:
As suas painas, balançando penduradas,
São lenços brancos acenando a despedida
De duas vidas tristemente separadas!
Poesia hospedada a pedido do autor
Procedência: Amparo -SP.
Autor: Abilio Degan