Na estrada escura da vida,
Me pus a caminho um dia…
E, preso à mão do meu guia,
Andei até Jericó…
Nas trevas da longa noite,
Do meu eterno vagar,
Cansado de tanto errar,
Sentei-me à beira da estrada…
Milhões de seres humanos,
Sedentos, sem pão, sem teto,
Querendo um pouco de afeto,
Passavam perto de mim…
Nas sombras do meu pecado,
Meus olhos não enxergavam
As multidões que vagavam
Na mesma estrada em que eu vinha…
Até que um dia o Mestre,
Passando pelo caminho,
Olhou-me com tanto carinho
E teve pena de mim!
Do meio da multidão,
Jesus sentiu minha dor,
Ouviu meu grande clamor
E devolveu-me a visão!
Passei então a enxergar
Um pobre mundo sofrido,
Onde há um povo oprimido
A quem me devo entregar!
Abriram-se os olhos meus
E, enfim, eu vejo a verdade:
Sem fé e sem caridade,
Jamais se chega a Deus!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor