Eu sou aquele cão
Que achaste um dia na rua…
Que, em troca da ração,
Guardava a casa tua!
Não só pela comida…
Fui mais que um cão de guarda:
Eu dei-te a minha vida,
Rondando a tua vanguarda!
Um dia, por desatino,
Teu lar se esfacelou,
Mudando o meu destino…
E alguém me acatou!
Co’aquela força bruta
De um jovem cão castanho,
Jamais fugi à luta,
Embora em lar estranho…
Eu fui então guardar
A nova casa abrigo,
Que é meu novo lar,
Que conta ainda comigo!
Mas sei – não sou mais eu!
Do cão um dia faceiro,
Metade já morreu;
É o fim de um cão trigueiro!
Não sou mais cão de guarda,
Não sei mais quem eu sou,
Já estou na retaguarda:
Eu chamo-me BARTÔ !
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor