Quando eu morrer e, enfim, meus restos forem postos
Na tumba fria de um cemitério esquecido,
Descansarei como descansa o bom guerreiro
Que se gloria de ter lutado e ter vencido…
E, embora estando num cemitério esquecido,
Serei lembrado não pelo que eu conquistei,
Mas por ter lutado e jamais haver perdido,
A grande luta de uma vida que enfrentei…
Ganhei batalhas que só podem se vencer,
Com a espada firme da moral levada à mão,
Na armadura da decência protegido,
E com a razão falando mais que a emoção!
Com essas armas tão primárias, poderosas,
Ganhei as lutas que bem poucos ganharão,
Se não tiverem a alma livre das paixões,
Se não trouxerem lá do berço a educação!
Eu precisei primeiramente dominar
Todos os males que existiam dentro de mim,
Representados por desejos e ilusões,
Que me instigavam dar a tudo o meu “sim”…
Passo acertado, escolhi a companheira,
Com quem caminho pela estrada desta vida…
E eu tive sorte, achei alguém que me compreende,
Que eu considero a mulher mais destemida!
Das tentações que vida afora eu encontrei,
Não sei qual delas foi mais duro de vencer:
Me convencer da falsidade de alguns “amigos”,
Ou me ver livre da magia do poder…
Fazer dos outros trampolim para subir,
Trair o amigo com o beijo da traição?
Só por inveja promover maledicência,
Ou dar o tapa e esconder depois a mão?
Eu sei que sou também um pobre pecador,
Porém jamais me utilizei da hipocrisia
Para trair qualquer um dos meus amigos,
Pois essa é a arma vil da covardia!
Quando eu morrer e, enfim, meu corpo descansar,
Eu quero ser lembrado, não porque eu lutei
Contra os vícios que queriam me dominar,
Lembrado eu quero ser, só porque me dominei!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor