Quem chega e vê as nossas fotos sobre a estante,
Lado a lado, tão felizes, sorridentes,
Jamais percebe, ao olhar nosso semblante,
Que em nosso peito há dois corações doentes…
Dois corações que a rotina das intrigas
Está ferindo, machucando, maltratando…
Dois corações já saturados pelas brigas,
Que a muito custo ainda estão se aturando…
Às vezes fico a contemplar nossos retratos,
– O olhar perdido em nossas fotos coloridas,
e à minha mente vêm então milhões de fatos
que transformaram num inferno nossas vidas…
É muito dura nossa triste realidade:
Estamos presos na prisão que construímos…
Por não querer que os outros saibam da verdade,
Talvez por isso é que nas fotos nós sorrimos…
Meu Deus do céu, onde é que está a poesia
De uma paixão que se apagou tão de repente?
Este sorriso esconde em nós a agonia
Do nosso amor que está morrendo lentamente!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor