Nos vales profundos da serra,
Os olhos de água que saem
Do seio fecundo da terra,
Formando as cascatas que caem,
São águas que saem das vertentes,
Que correm através dos grotões,
Sinuosas tais quais as serpentes,
Formando rios em turbilhões…
Na Serra da Boa Esperança,
São essas as águas que eu vi:
Nascentes que brotam tão mansas,
Formando o grande Ivaí !
Saciando mil vidas sedentas,
Um rio mais humano não há:
Cortando essas terras barrentas,
Em busca do Rio Paraná…
Seu leito serviu de caminho,
Suas margens serviram de altar,
Seu vale provou o pão e o vinho
Da fé que chegou pra ficar…
Cortando as suas marolas,
Galgando os seus paredões,
As expedições espanholas
Chegaram aqui nestes rincões…
São poucos que fazem idéia
Que os filhos de Espanha escreveram
No Rio Ivaí uma epopéia
Que os povos jamais esqueceram …
Na Serra da Boa Esperança,
São essas as águas que eu vi:
Nascentes que brotam tão mansas,
Formando o grande Ivaí!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor