Um dia desses, vendo as rugas em meu rosto,
Notei que a flor da mocidade em mim murchou…
Então minh’alma mergulhou num frio desgosto
E meu castelo de ilusões desmoronou…
Como se fosse um vendaval que varre os sonhos,
Eu percebi que o suceder das estações
Produz em nós lesões e estragos tão medonhos,
Que até nos privam das mais simples emoções…
O que me deixa triste assim, desiludido,
Talvez nem seja porque eu tenha envelhecido,
Perdido as marcas e o vigor da juventude…
Posso adiantar o que me aflige e desilude:
Como em criança eu volto a ser um indefeso…
E, quem envelhece, muitos tratam com desprezo!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor
