Permita, Senhor, que eu seja
Via-láctea num céu, brilhante,
Mostrando o rumo norte,
Na noite, ao navegante!
Permita, Senhor, que eu seja
A grande estrada asfaltada,
Conforto do viajante,
Na dura, extensa jornada!
Permita, Senhor, que eu seja
Veredas lá do sertão,
Que guiam o retirante,
Descalço, de pés no chão!
Permita, Senhor que eu seja,
A trilha estreita e remota,
De alguém perdido no nada,
Que busca um rumo, uma rota!
Permita, Senhor, que eu seja
Na mata densa a picada,
Por onde o desbravador
Alcança a pobre morada!
Se nada disso eu serei,
Que eu seja um claro sinal,
Que mostre em todo o destino,
traições, ciladas do mal!
Se nada disso eu serei,
Que eu seja a simples pegada,
Que leva o homem a Deus,
Em toda e qualquer estrada!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor