Se acaso eu morrer amanhã,
Informe as estrelas do céu
Que meu corpo está confinado
No escuro de um mausoléu…
Se acaso eu morrer amanhã,
Informe ao distante planeta,
Que meus pobres restos mortais
Descansam em uma gaveta…
Se acaso eu morrer amanhã,
Contate as distantes galáxias
E diga ao grandioso infinito
Que, enfim, me livrei das falácias…
Se acaso eu morrer amanhã,
Informe o cometa, o asteróide:
Que antes de vê-los no espaço,
Eu era um robô humanóide…
Se acaso eu morrer amanhã,
Segrede à Estrela Polar
Que só me tornei ser humano,
Mirando o sistema solar…
Se acaso eu morrer amanhã,
Afirme ao mundo que eu,
Depois da grandeza que vi,
Morri muito menos ateu…
Se acaso eu morrer amanhã,
Espalhe aos viventes do mundo
Que eu pude ver Deus criador
No imenso universo profundo!
Se acaso eu morrer amanhã,
Que percam os astros seu medo:
O intruso mortal não vai mais
Burlar seu divino segredo!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor