A tarde fugaz declinava
No imenso deserto de areia
E o povo, faminto esperava
Do Mestre o milagre da ceia…
Somente o alimento que havia,
Não dava pra matar a fome
Da multidão que seguia
Os passos do Filho do Homem,
Mas Cristo fez de cinco pães
Comida para cinco mil!
Multiplica o pão, ó Senhor,
Porque o teu povo tem fome…
Senhor, multiplica o amor,
Pro mundo crer mais no teu nome…
Senhor multiplica o amor!
Senhor, nos dá desse teu pão,
Sacia nossa fome também
E ensina a partir com o irmão
Um pouco do que a gente tem,
Porque o sol do século vinte
Já se escondeu no poente
E há tanto pobre pedinte
Que morre de fome, indigente,
No beco, na rua, na calçada,
Debaixo dos olhos da gente!
As portas de um novo milênio
Se abriram pro ano dois mil
E o homem na terra é um gênio,
Que morre de fome e de frio!
Celeiros repletos de grãos
E raças inteiras com fome:
São vidas famintas de pão,
São almas que anseiam teu nome,
São seres que vivem à margem
Da lei de Deus, da nação!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor