Permita-me ser o Sol,
Com sua luz forte,
Iluminando todos os recantos da Terra,
Rompendo o medo da eterna noite…
Caso eu não possa ser o Sol,
Que eu seja então a Estrela distante,
Com sua luz fraca,
Indicando o caminho aos eternos viajantes,
Ofertando o merecido descanso…
Caso eu não possa ser a Estrela distante,
Que eu seja então uma lâmpada,
Com sua luz incandescente,
Iluminando as várias moradas,
Não diferenciando o Palácio do Tugúrio…
Caso eu não possa ser uma lâmpada,
Que eu seja então uma vela,
Com sua luz trêmula,
Iluminando o olhar do velho homem,
Acabando com a tristeza da escuridão…
Caso eu não possa ser a vela,
Que eu seja então um fósforo,
Com sua luz efêmera,
Queimando-se para iluminar,
O objetivo de se estar aceso…
Caso não possa ser o fósforo,
Que eu seja então o simples vaga-lume,
Com sua luz inconstante,
Sinalizando num vôo embriagado,
A coragem de penetrar na noite eterna…
Caso eu não possa ser o simples vaga-lume,
Que eu tenha então apenas o brilho do olhar
De um homem que ainda sonha…
Poesia hospedada a pedido do autor
Procedência: Niterói – RJ
Autor: André Morrot Hemerly