Querida mãe, estou aqui, aqui ao pé do teu jazigo,
Eu vim rezar, eu vim chorar, vim acalmar a minha dor;
Nada de bom, nada de novo eu tenho hoje aqui comigo:
Só vim trazer o meu lamento, queimar a vela e dar-te a flor;
Faz tanto tempo, tanto tempo, que a luz da vida se apagou,
Dos olhos teus que me olhavam, com tanto afeto e ternura…
Tua lembrança, tua saudade, não foi só o que restou,
Mais do que isso, o que ficou, foi a tua luta, a tua bravura!
Na solidão da laje fria, dormes teu sono de guerreira,
Teus restos jazem como jaz todo e qualquer desses mortais,
Nos mausoléus que se estendem, lado a lado em fileira,
Tua alma santa eu sei que está, já muito além dos restos teus…
A terra fria serviu apenas de lugar pra repousar,
Tua alma vive, tua alma está no infinito onde está Deus!
Autor: Elizeu Petrelli de Vitor