Velha palmeira, solitária da campina,
Sobrevivente das batalhas da conquista,
Teu vulto triste na encosta da colina,
Só traz saudades a quem passa e te avista;
Junto de ti cavalos bravos, bois selvagens,
Um dia passaram longas horas a pastar,
Aves perdidas a buscar outras paragens,
Em tua fronde ainda param descansar…
Se algum dia o progresso alcançar,
Essa colina onde tu estás plantada,
Provavelmente irá se erguer nesse lugar
Uma cidade inteiramente asfaltada;
E, pode ser que algum amante dos sertões,
Ao contemplar tua beleza e tua graça,
Faça de ti um monumento às gerações
Te reservando um lugarzinho numa praça!
És, com certeza, a testemunha derradeira,
Das derradeiras testemunhas que restaram:
No descampado és a última palmeira,
Entre milhares de palmeiras que tombaram!